A oleosidade, a caspa e o ressecamento
A Seborréia
Apresenta-se como uma oleosidade excessiva da pele, especialmente no couro cabeludo ou no rosto. Não apresenta descamação ou vermelhidão. É influenciada por fatores hormonais, alimentares, emocionais e climáticos.
A Dermatite Seborréica – Pityriasis steatoides
Apresenta-se como uma inflamação que ocorre em áreas com grande número de glândulas sebáceas: couro cabeludo, sobrancelhas, pálpebras, lados do nariz, parte posterior das orelhas e meio do peito.
A pele torna-se vermelha e áspera e é recoberta por escamas.
As escamas podem ser secas ou gordurosas, finas ou espessas, geralmente acinzentadas ou amareladas, quase sempre aderentes, podendo ser acompanhadas ou não de prurido.
A presença de dois fungos , o
Pityrosporum Ovale e o
Pityrosporum Orbicular, estão envolvidos no processo, pois nos pacientes afetados ocorre uma grande quantidade destes fungos nestas áreas (82% na dermatite seborréica, 74% na caspa e 47% nos normais).
A Dermatite Seborréica geralmente é crônica. Ela melhora com o tratamento mas tende a voltar periodicamente.
O vento, o calor, a umidade, o suor, o uso de bonés, o dormir com o cabelo molhado, o estresse, as alterações hormonais, os xampus inadequados, a água quente do banho e o clima frio do inverno tendem a agravar os sintomas.
A exposição à luz solar melhora os sintomas.
A Caspa - Pityriasis capitisCaracteriza-se pelo excesso de descamação do couro cabeludo, não ocorrendo inflamação. A pele do couro cabeludo passa a eliminar as células mais rapidamente que o normal .
Alimentos de baixo valor nutritivo e a falta de proteínas e óleos poliinsaturados podem contribuir.
Atualmente, acredita-se ser a caspa uma forma branda de Dermatite Seborréica.
Segundo sua intensidade pode ser classificada como:
Leve - Pequenos flocos esbranquiçados aderentes ao couro cabeludo, próximos à implantação dos fios, perceptíveis somente após raspagem ou escovação.
Moderada - Os flocos se encontram soltos entre os fios, mesmo na ausência de processos que promovam seu deslocamento do couro cabeludo.
Intensa - Caracteriza-se por descamação acentuada de flocos de tamanhos variados, abundantes e perceptíveis entre os fios e sobre os ombros do portador.
A Caspa e a Dermatite Seborréica encontram-se presentes em 40% da população branca adulta e estão relacionadas com predisposição genética e fatores ambientais.
Alterações na composição da gordura produzida pelas glândulas sebáceas do couro cabeludo, que resultam no aumento da alcalinidade da pele (alteração do PH) parecem predispor o surgimento destas afecções.
Raras e brandas nas crianças, têm suas incidências e gravidades máximas por volta dos 20 anos, sendo pouco freqüentes após os 50 anos.
XeroseAqui, o couro cabeludo apresenta-se ressecado em razão das glândulas sebáceas hipo-funcionais. Os cabelos também serão secos e sem brilho. Distúrbios hormonais, falta de óleos insaturados na alimentação, estresse, falta de vitaminas, banhos seguidos com água quente e xampus inadequados contribuem para esta disfunção.
O sol e os cabelos
Os raios solares se apresentam com vários comprimentos de ondas e com efeitos diferentes sobre a pele e os cabelos.- Os raios Ultravioleta B (UVB) – na faixa até 280 nanômetros - param na superfície da pele e provocam danos agudos como queimaduras, eritema e até mesmo bolhas. Causam perda protéica e ressecamento dos cabelos.
- Os raios Ultravioleta A (UVA) – na faixa até 320 nanômetros - vão até a segunda camada da pele (derme) e estimulam o bronzeado. Não causam eritema, mas causam degeneração das fibras de colágeno e elastina, provocando envelhecimento precoce da pele.
Nos cabelos, atingem a matriz, uma espécie de cimento entre as células do córtex, prejudicando a retenção da água.
Este mesmo cimento, composto pelas ceramidas e que também une as diversas camadas da cutícula, degrada-se, deixando as escamas abertas, resultando em cabelos ásperos, ressecados, sem brilho e com as pontas duplas.
Os raios Ultravioleta A também degradam a tirosina e a fenilalanina, dois aminoácidos que dão resistência à queratina, que é a proteína dos cabelos, deixando-os fracos e quebradiços.
Quando os pigmentos do córtex são atingidos pelos raios UVA, a cor se altera, sendo que os cabelos escuros ficam mais avermelhados e os loiros mais dourados. Os cabelos pretos são os mais resistentes aos raios solares.
Filtros solares
Os filtros solares para cabelos normalmente bloqueiam as radiações UVA e UVB. Deverão ser aplicados 20 minutos antes da exposição solar, pois precisam de tempo para agir.
Com o cabelo molhado, espalhe o produto, penteie e deixe secar.
Os cabelos danificados
Os primeiros sinais da deterioração da estrutura dos fios são as alterações da cor e o ressecamento. Muitas são as causas que contribuem para danificá-los.
Vejamos algumas causas:
Físicas - os raios ultravioleta da radiação solar, a secagem incorreta, a poeira, o vento, a falta de umidade do ar.
Químicas - xampu com grande concentração de detergente, descolorações (é o processo químico que mais danifica o cabelo pois, além de destruir os pigmentos, oxida os aminoácidos, sendo que de 15 a 45% da cisteina é destruída), alisamentos, tinturas, cloro da piscina.
Quando a cutícula está danificada pelo rompimento das escamas, o brilho do fio, que é a reflexão da luz, diminuirá.
Quanto mais danificado o cabelo, mais poroso e mais opaco fica.
A elasticidade do fio também se alterará, sendo que, se tracionado, o cabelo romperá facilmente.
Para avaliar o estado do Córtex e da Cutícula, o terapeuta capilar dispõe de um microscópio que aumenta a visualização do fio em 140 vezes.
Um questionário qualificado dos cuidados capilares é fundamental nesses casos
Deverá ser dada atenção especial em relação aos produtos usados nos últimos meses.
Lembre-se sempre que a amônia, o sódio ou o formol presentes em fórmulas de relaxamento podem reagir com os metais presentes nas tinturas, resultando em danos graves aos cabelos.
O estresse e os cabelos
Nosso sistema emocional tem influência direta nos cabelos e no couro cabeludo.
O estresse induz os fios a entrarem precocemente na fase de repouso.
Altos níveis de tensão contribuem também para problemas como seborréia, caspa, embranquecimento dos fios e perda capilar.
Nas mulheres, o estresse eleva os níveis dos hormônios andrógenos e da prolactina, os quais, por sua vez, influem sobre os ciclos capilares.
Em muitos indivíduos, o estresse acelera o processo da calvície e, em outros, ocasiona a famosa “pelada” (Alopecia Areata), uma perda de cabelos localizada e circunscrita a certas áreas do couro cabeludo ou do corpo.
Outros, ainda, apresentam a Psoríase do couro cabeludo, uma doença dermatológica agravada pelo estresse. A dermatite seborréica é outro problema crônico influenciado pelo estresse.
Muitos desses problemas capilares podem ser tratados com o uso de produtos tópicos, loções e óleos essenciais.
Caberá ao terapeuta capilar indicar os produtos cicatrizantes, bactericidas, fungicidas, emolientes e estimulantes compatíveis para cada caso.
Alguns profissionais utilizam ainda outras técnicas, oferecendo a sua clientela um setor de equilíbrio energético com música, reflexologia e shiatsu.
Queda de cabelos e calvície
Embora a queda dos cabelos não implique nenhum risco à vida do indivíduo, muitos sentirão insegurança emocional e perda da auto-estima, o que comprometerá a qualidade das suas vidas.
Nas mulheres, que socialmente são mais cobradas quanto à beleza física, as apreensões sempre serão maiores.
Os humanos têm no couro cabeludo de 100 a 150 mil fios de cabelos.
Destes, 85% estão na fase Anágena (fase de crescimento) e os restantes 15% estão nas fases Catágena e Telógena (de repouso).
A perda diária entre 50 e 100 fios é considerada normal, sendo maior nos dias da lavagem.
Quando caem mais de 100 fios por dia, algo está acontecendo no organismo do cliente e terá que ser investigada a causa.
No Brasil, observa-se uma queda maior dos cabelos no período de fevereiro a junho.
Para tratar a perda dos cabelos, sempre será necessária uma avaliação cuidadosa e um diagnóstico adequado.
Sabemos que 40% dos homens e 5% das mulheres apresentarão algum grau de calvície.
Neste caso, assim que se notar os primeiros sinais de afinamento e perda progressiva dos fios, é importante que se institua o tratamento preventivo.